Julgamento de sete PMs por Chacina do Curió começa nesta segunda-feira (25); relembre outros júris

25/08/2025

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Outros 20 policiais militares já foram julgados, em três júris ocorridos em 2023. Um quinto julgamento, de três agentes, está marcado para setembro de 2025

Mais sete policiais militares devem sentar no banco dos réus, nesta segunda-feira (25), para serem julgados pela acusação de participarem da Chacina do Curió(também conhecida como Chacina da Messejana), que deixou 11 mortos em Fortaleza, em 2015. Outros 20 PMs já foram julgados, em três júris ocorridos em 2023.

O quarto júri popular do caso está marcado para o Fórum Clóvis Beviláqua, no bairro Édson Queiroz, na Capital, a partir de 9h, e, devido à complexidade do processo, pode demorar mais de um dia.

SERÃO JULGADOS:

  • Sargento PM Farlley Diogo de Oliveira;
  • Cabo PM Daniel Fernandes da Silva;
  • Cabo PM Gildácio Alves da Silva;
  • Soldado PM Francisco Fabrício Albuquerque de Sousa;
  • Soldado PM Francisco Flávio de Sousa;
  • Soldado PM Luís Fernando de Freitas Barroso;
  • Soldado PM Renne Diego Marques.

Conforme os Memoriais Finais do Ministério Público do Ceará (MPCE), os sete agentes de segurança que vão a julgamento estavam de serviço pela Polícia Militar do Ceará (PMCE), divididos em três viaturas policiais, entre a noite de 11 de novembro e a madrugada de 12 de novembro de 2015.

Três réus estavam na Viatura RD 1087: o sargento Farlley de Oliveira (comandante), o soldado Francisco Flávio (motorista) e o soldado Renne Diego (patrulheiro). Segundo testemunhas e imagens de câmeras de segurança, a composição policial teve contato com integrantes de um "comboio", que estavam encapuzados e teriam participado do assassinato de Renayson Girão da Silva (uma das vítimas da Chacina).

"Assim, conclui-se que os réus Farlley Diogo de Oliveira, Francisco Flávio de Sousa e Renne Diego Marques se omitiram de forma penalmente relevante, sendo responsáveis legalmente pelas mortes e demais crimes narrados na inicial acusatória", pontuou o MPCE.

Já o cabo Daniel da Silva (comandante), o soldado Luís Fernando (motorista) e o soldado Gildácio da Silva (patrulheiro) estavam na Viatura RD 1301, que recebeu uma ocorrência de disparo de arma de fogo, na Rua Ozélia Pontes, por volta de 23h17 do dia 11, mas permaneceu parada até 23h22 e, em seguida, se dirigiu ao sentido oposto à ocorrência, segundo o Ministério Público.

Outra ocorrência de disparo de arma de fogo, na Rua Nelson Coelho, foi registrada às 0h26 do dia 12 de novembro daquele ano e despachada, às 0h34, para a Viatura RD 1301. Porém, a equipe policial não se colocou em rota nem informou ter comparecido ao local, o que obrigou a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) a transferir a ocorrência para a Viatura RD 1072.

O patrulheiro da Viatura RD 1072 era o soldado Francisco Fabrício Albuquerque de Sousa, que também vai a julgamento nesta segunda-feira (25). O comandante da equipe, o cabo Thiago Aurélio de Souza Augusto, e o motorista da viatura, o cabo Ronaldo da Silva Lima, já foram julgados e absolvidos, no júri popular realizado em agosto de 2023.

ocorrências foram distribuídas para a Viatura RD 1072, entre aquela noite e madrugada. Sendo uma por perturbação ao sossego, uma por desordem, duas por disparo de arma de fogo, uma por lesão corporal a bala e a última por pessoa em situação suspeita.

 

Entretanto, a equipe policial informou não ter localizado nada, nas ocorrências de disparos e lesão corporal. Conforme os Memoriais Finais, três pessoas acabaram assassinadas naqueles mesmos locais. "A união de desígnios restou cristalina nos momentos cruciais referidos, em que os ocupantes da viatura se omitiram dolosamente, deixando a população desprotegida e à mercê dos atiradores, quando tinham o dever legal de agir e podiam fazê-lo, porém não quiseram", concluiu o MPCE.

As defesas dos policiais militares que vão a julgamento não foram localizadas ou não quiseram comentar sobre o julgamento. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Fonte: Diário do Nordeste